Resenha sobre o documentário “Pro dia nascer feliz”
Esse documentário aborda
uma linguagem acessível que retratam com delicadeza e sensibilidade a cruel
realidade da vida de adolescentes na escola. Com extrema capacidade de
representar a verdadeira realidade da educação no Brasil. Passando por
diferentes realidades desde a escola pública à particular, aos ricos e pobres,
realçando também a diferença presente que existe na periferia e centro, sertão
nordestino até as elites paulistas e cariocas. Mostrando de depoimentos de
professores e alunos as dificuldades encontradas pelos mesmos e mostrando a
imagem social da escola.
É um documentário que
realmente mexe com nossos sentimentos, que nos faz perceber a grandiosidade das
desigualdades ao qual o Brasil está designado a conviver, nos colocando
questões destinadas a respeito do rumo que a educação vem seguindo. Tendo como
principais motivos defasagem na formação familiar e de negligência governamental
com a educação como um todo, que vem desencaminhando junto com uma série de questões,
como tráfico de drogas, violências e etc.
Como podemos observar
na escola de Manari em Pernambuco, os professores são praticamente obrigados a
educar em condições precárias, por falta de verbas, materiais e merendas, e
exemplo as escola de Duque de Caxias no Rio de Janeiro e Itaquaquecetuba em São
Paulo, onde a violência é algo constante, além da falta de incentivo, pelo
desinteresse dos alunos que não levam a sério seus estudos, gerando muita
indisciplina.
Também percebemos uma
grande diversidade entre os perfis dos alunos, essa diferença está ligada a
decadência social e econômica que é uma das características do nosso país, onde
vivemos com pessoas que têm maiores condições e os que estão a mercê da boa
vontade de programas governamentais, e apesar disso não conseguem de qualificar
de forma apropriada para que possa concorrer com os que estão mais preparados e
obviamente possuem um poder maior de adquirir uma qualificação superior.
Como podemos observar,
em Pernambuco crianças deixam de frequentar a escola por não existir transporte
escolar para todos, e logicamente as crianças não teriam condições de andar
quilômetros ou bancar de seus próprios bolsos um transporte diário para ir à escola.
Nesse caso encontramos muitas vezes quadros de crianças não possuem sonhos,
pois a realidade não vos oferece a chance. Assim viram crianças sem esperança e
que ocupam seu tempo trabalhando e perdendo a chance de ter um bom futuro.
Vimos em Pernambuco exemplos
de alunos que realmente querem estudar, que estima a leitura, num nível que nem
os professores acreditam na hipótese deste escrever redações que vão além do
que se é esperado naquele local. Para o aluno isso é desmotivador, porque não
os estimulam a querer sempre produzir mais, fica destinado a apenas o seu próprio
incentivo. Também temos o problema de falta de professor e m sala de aula,
muito faltam e alguns mandam representante e outros nem isso. Não cumprem com
seu compromisso e responsabilidades e ainda atribuem notas iguais a todos os
alunos. A realidade é bem severa, além da pouca infraestrutura e da
desmotivação de ambas as partes, a pobreza é muito presente.
Em Rio de Janeiro
podemos observar uma outra realidade, onde a escola se encontra muito perto de
pontos de drogas, o que acaba incluindo questões complicadas com o tráfico de
drogas, violência e rebeldia. Vimos exemplos de alunos indisciplinados e com
comportamentos violentos e inapropriado, e isso causa nos alunos notas baixas o
que levaria a uma reprovação, mas temos o conselho de classe onde muitas vezes
os professores aprovam os alunos. E dessa forma, a qualidade do ensino só tende
a cair, e ocorre uma grande diminuição na repetências de alunos, mais isso não
significa um processo na educação, mas sim uma completa maquiagem, o que acaba
colaborando com os índices crescentes do governo.
Já em uma escola de São
Paulo, o dinheiro aparece como problema para realização de atividades culturais
e a falta constante dos professores deixam os alunos desmotivados e os deixa
ociosos. Vários professores deram seus depoimentos, dentre eles uma professora
diz que o professor perdeu a dignidade, pois precisa aceitar tudo na sala de
aula, outra observação é que a escola de hoje está vivendo aos moldes do século
passado, pois a realidade dos alunos é outra e esse sistema precisa se adequar
a esta nova realidade.
Em outra escola localizada
em São Paulo num bairro de classe média alta, podemos observar outra realidade
bem diferente das anteriores, primeiro porque se trata de uma escola
particular, então nota-se que o perfil dos alunos é completamente diferentes
dos já abordados. Percebemos que os mesmo possuem um senso crítico bem apurado
e tentam tratar dessa questão da desigualdade com a questão de falta de
oportunidade no país. Estudam uma carga horária mais ampla e desejam garantir a
entrada em uma boa faculdade, nem que para isso precisem do auxílio de
professores particulares. A família pode se dizer mais presente na vida de seus
filhos, mesmo se não for pelo lado do amor e atenção, mais pelo lado material e
financeiro. Mas esses jovens também têm problemas, apesar de ser bem diferentes
dos que observamos até então, são na verdade criados por dúvidas em relação a
vida.
Em um colégio estadual
na periferia de São Paulo, uma questão que foi bem discutida foi em relação a
violência que os alunos estão expostos, de maneira direta ou indireta, na família
ou na escola com os alunos. Também em meio a estes assuntos a gravidez na adolescência
também merece destaque, pois muitas jovens param de estudar e destrói o sonho
de ingressar em uma faculdade deixando isso pra segundo plano. Outra realidade
bem cruel é o fato de alunos matarem uns aos outros dentro da escola por
motivos banais, difíceis de entender. Com isso ingressando na vida do crime,
assalto por influencias de amigos ou pela falta de estrutura familiar, isso
quando acontece, a partir do primeiro momento acaba tornando um vício, e depois
pra sair dessa realidade acaba se tornando cada vez mais difícil. E a escola
tem que acolher toda essa clientela, sem distinção, e os professores ficam
nessa difícil tarefa de tentar ao menos fazer com que os alunos se interessem a
aprender, mas nem sempre conseguem, muitas vezes se desmotivam pelos problemas
que tem que enfrentar no dia-a-dia em sala de aula e seguem sua profissão sem
dedicação e comprometimento.
Enfim, o que nos resta a
dizer é que o trabalho do educador está cada dia mais difícil desvalorizado. Isso
é o reflexo de como o governo investe na educação, e de como a família deixa
tudo sob responsabilidade da escola, se esquecendo de seu dever como família
que é transmitir respeito e normas básicas para se viver em harmonia com a
sociedade. É preciso que ocorra uma revolução na educação do pais, desde a base
que é a família até o ultimo patamar, para que nossas crianças possam fazer
nascer um mundo melhor para se viver.